Foi uma aventura. Lembro-me do exato momento em que senti o que era a tal liberdade.
Já havia descoberto o quintal sob diversos ângulos e texturas. Ora olhos atentos no chão e no pneu da magrela, ora uma vista inesperada do céu e a aspereza do cimento.
Nem sei quantos acompanharam o processo, mas foi num dia de insistência, sozinha, que aconteceu.
Era tanto ir e vir com meia sola de tênis no chão e outra metade no pedal, que consegui!
Uma deslanchada pequena, mas segura.
Naqueles poucos metros entendi que a liberdade chega quando o medo vai.
Desci da magrela, larguei-a de qualquer jeito no chão e saí correndo.
- Conseguiiii!! - Gritei pela cozinha para que a casa toda ouvisse.